Tendo em vista o aumento das cidades e a
degradação dos ambientes naturais, o que se vê cada vez mais é a ausência do
contato com a natureza na rotina acelerada das pessoas que vivem em grandes
cidades principalmente. Essa ausência de contato com a natureza tem acarretado
no que os cientistas estão convencionando em chamar de trasntorno de deficit de
natureza. Esse trastorno pode resultar em inumeros disturbios físicos
(obesidade e hipertensão) e mentais (humor deprimido, desânimo, irritação,
ansiedade e hiperatividade). Em entrevista a revista, Mente cérebro (Scientific
American) o psicólogo ambiental, José Antonio Corraliza explica como a natureza
pode exercer esse poder nas pessoas. Para ele “A explicação é evolutiva”.
Utilizando da argumentação pautada na
teoria da Biofilia de E. O. Wilson, Corraliza diz que a “desertificação pode
causar efeitos traumáticos nas pessoas (…) só por essa razão já é extremamente
preocupante o curso da degradação de paisagens”. Corraliza ainda argumenta que
“é necessário nos aproximarmos da natureza na cidade, ainda que isso seja
possível apenas em pequenos espaços (…) que as pessoas busquem parques, se
responsabilizem coletivamente por espaços verdes comuns e reivindiquem de seus
governos o direito a essas áreas”.
Outro ponto importante relacionado ao
contato com o verde, está em “mexer” com a terra em hortas e jardins, por
exemplo. Pesquisadores da Universidade de Bristol encontraram resultados
positivos na capacidade de aprendizado e redução de sintomas de ansiedade em
ratos após a exposição a uma bactéria comum que vive no solo (Mycobacterium
vaccae). Os pesquisadores acreditam que essa bactéria haja no sistema
nervoso de forma similar aos medicamentos antidepressivos, ativando a serotonina.
Então a indicação dos mesmos é incentivar as crianças a brincarem na terra, o
que pode ser muito bom para o seu desenvolvimento cognitivo.
Então, vamos fazer um jardim?
Por: Carollina Martins
Referências:
KLAUS WILHELM. O poder do verde. Mente cérebro. Scientific American.
Dezembro, 2014.